SOBRE A DECISÃO QUE VOCÊ NÃO TOMA

Certa vez me deparei com uma expressão que jamais esqueci,  "A pior de decisão é aquela que não é tomada". As verdades geralmente são assim. Em poucas palavras encontramos conteúdo para duzentos livros. 

A decisão que não é tomada é aquela que é adiada, procastinada ou evitada,  mesmo quando a circunstância pede ou até exige uma resolução. A insegurança e a inabilidade para lidar com o risco, fazem com que muitas pessoas paralisem diante da necessidade de tomar a decisão, seja ela qual for. Elas se deixam levar pelos aspectos menos racionais do processo ou por interesses que não estão totalmente colocados sobre a mesa. Elas não analisam como deviam as alternativas e as conseqüências. E com isso, elas acabam perdendo oportunidades. As vezes também ocorre um excesso de cautela ou de exigência. As pessoas ficam querendo 100% e com isso acham que o bom é inimigo do ótimo. E por isso retardam a decisão o quanto podem. 

Na grande maioria dos casos, não tomar a decisão acaba trazendo um ônus maior do que tomá-la, mesmo que não seja a melhor ou seja errada. Adiar o desligamento de um colaborador que não rende o suficiente, pode gerar prejuízos maiores que o valor da sua rescisão. Permanecer com um cliente que não prospera, pode impedir de alcançar outros clientes melhores. Enfim, existe um custo oculto relacionado a cada decisão não tomada. E muitas vezes este custo cobra a sua conta lá na crente com valores bastante relevantes. 

Precisamos entender que o alimento do processo decisório é a informação. Quanto maior for a quantidade e qualidade das informações, maior será a probabilidade de boas decisões tomadas em tempo hábil. Também precisamos considerar que a forma de lidar com o erro afeta o tomador de decisão na hora em que ele precisa realizá-la. Se o erro é encarado como um aprendizado por ele e pelos que o cercam, ficará mais confortável em ir adiante. Se for considerado de maneira pejorativa, elevará a pressão colaborando com o retardamento da decisão e das suas conseqüências. 

As decisões inauguram novas etapas na realidade. Sem elas a realidade não se altera como se estivesse presa a um momento que não mais lhe pertence. As decisões libertam as pessoas para novos desafios, para novas perspectivas, o que muitas vezes colabora com decisões melhores no futuro. Então, a melhor coisa a fazer é decidir. Mesmo que no curto prazo você não esteja enxergando todos os benefícios e todos os ganhos, mas certamente no transcorrer do tempo irá perceber que a vida foi feita das decisões que você tomou e não daquelas que você deixou de tomar.

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