DIFERENÇAS ENTRE GESTÃO E AMADORISMO


 
 
Afinal o que é gestão? O que faz alguém ser um gestor de verdade ou ser alguém que somente reage as circunstâncias, resolvendo problemas e desatando nós? Bem, muitos já responderam estas perguntas. Existem muitos conceitos e definições em livros, artigos e reportagens. Nas conversas informais, cada um tem a sua opinião que como tal deve ser respeitada. Afinal, todos nós temos o direito de ter uma, mesmo que existam alguns que pensam diferente. Eu tenho a minha. Ela foi construída ao longo de muitas aulas, muitas leituras, muita experiência na vida prática das empresas. É somente mais uma opinião, mas serve de referência para mim e pode servir para você também.

A primeira coisa que distingue um gestor é o norte. Isso mesmo. Um gestor sabe o que faz e para onde vai. Ele não fica experimentando se dá certo ou dá errado, tomando medidas sem saber direito no que vão resultar, ou mesmo com base no que os outros sugerem ou estão fazendo, em função do momento ou do humor do dia. A gestão tem um rumo. O amadorismo tem sorte ou azar.

A gestão também possui controle. Talvez dos cinco atributos clássicos que definiam a Administração, planejar, organizar, coordenar, comandar e controlar, o controle seja o mais importante. Controle não quer dizer autoritarismo ou coerção. Não quer dizer obrigar ninguém a fazer nada. Controle quer dizer dados, informações e indicadores. Quer dizer série histórica, parâmetros e padrões. Sem controle, não há referências, nem patamares confiáveis. Sem Controle, há somente hipóteses e achismos. Com controle, há certezas e probabilidades.

Sem controle não há inclusive planejamento, pois para planejar é preciso ter elementos concretos e eles são obtidos pelo Controle. Para manter o planejamento também é preciso controle.  Aliás, o Planejamento é o outro ponto que distingue a gestão. Planejar é o ato de preparar adequadamente para alcançar um objetivo. Planejar é avaliar alternativas, analisar os recursos disponíveis, calcular possibilidades. Sem planejamento não há como haver gestão.

A próxima característica típica é a execução. Sim, porque de nada adianta controlar e planejar, saber onde ir e o que quer, se tudo isso não for executado. Execução está intimamente ligado a tornar realidade aquilo que se imaginou. A execução é um grande diferencial competitivo no mundo dos negócios. Ela é tão importante que alguns pensam que a gestão vive somente dela. A execução fundamenta-se em dois pilares que jamais devem ser esquecidos. A qualidade e a produtividade. A qualidade refere-se ao atendimento dos requisitos necessários, no tempo certo. A produtividade trata de utilizar os recursos da melhor maneira para alcançar os resultados.

Uma gestão que faz tudo isso e não se comunica adequadamente, comete uma falta grave, afinal a galinha que põe ovo e não canta, ninguém sabe. Por isso, comunicar-se internamente e externamente é muito importante, e também integra o conjunto de atributos da gestão profissional. A comunicação deve ser sobretudo verdadeira, clara e objetiva. Deve utilizar os canais existentes e criar os necessários.

Por fim, outra forte característica que caracteriza a gestão é a negociação. Negociar é encontrar finais ganha-ganha, é considerar pontos de vista contrários, é colocar-se no lugar do outro, é direcionar conflitos para finais construtivos, é obter resultados sem violentar os demais, é estabelecer pactos e contratos equilibrados. O amadorismo impõe. A gestão negocia.
 
Artigo de minha autoria publicado originalmente no portal ADMINISTRADORES.
 

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